Foi entre 1978 e 1979 que a TV Globo levou ao ar a novela A Sucessora. Baseada no livro homônimo de Carolina Nabuco, a história trata de uma jovem que se apaixona por um viúvo e se sente ameaçada com a figura da primeira esposa que, envolta num clima de mistério, parece desaprovar a nova união de seu amado. O papel da governanta como guardiã da memória da falecida é peça-chave para que o passado e o presente se fundam, aumentando ainda mais a trama do enredo. Ao ler esse breve relato, você deve estar se perguntando de onde conhece essa história, certo? Pois bem, é aí que se descobre mais uma dessas ironias do destino. O tema abordado em A Sucessora ficou mundialmente conhecido após a publicação do livro Rebecca da inglesa Daphne du Maurier. Carolina Nabuco teve seu livro publicado em 1934 e Rebecca foi lançado em 1938. Além da ordem cronológica favorecer a autora brasileira, o fato de a mesma ter enviado seu original para editores ingleses também vem se juntar à hipótese mais crível de que houve plágio por parte de Daphne, que teria lido o original de A Sucessora antes de estrear seu romance. Infelizmente, foi a obra de Dauphne que ganhou, em 1940, sua célebre versão para o cinema, sob a direção de Alfred Hitchcock: Rebecca, a mulher inesquecível. Carolina Nabuco teve de se contentar com a novela da Rede Globo, adaptada por Manoel Carlos. As duas autoras já faleceram e, assim, o enigma de quem copiou quem permanecerá indecifrável para as próximas gerações de leitores. E a cada página de cada um dos livros, seja o da brasileira, seja o da inglesa, estaremos sempre com aquele gostinho de que a vida real também pode produzir excelentes histórias. Abaixo, confira a graciosa abertura da novela de Carolina Nabuco que obtive no YouTube.