Ruth Cardoso
25 de junho de 2008
Homenagem à antropóloga Ruth Cardoso
Ruth Cardoso
24 de junho de 2008
Uma mulher que deixa saudades
Estou triste e já sinto a sua falta.
Não só porque ela foi uma pessoa importante, já que seu marido foi Presidente do Brasil. Não só porque ela desempenhou seu papel de primeira-dama com uma simplicidade única e com muita discrição. Não só porque ela teve uma vida de pesquisadora que qualquer socióloga invejaria, com passagens pelas universidades do Chile, da França e dos Estados Unidos. Não só porque ela falava num tom baixo, nada submisso, e com aquela doçura que nos remete aos dedicados e competentes professores de antigamente. Não só porque ela possuía um senso crítico fantástico sobre a precariedade da educação e da pesquisa no Brasil. Não só porque acompanhei, como sua aluna na USP, parte de sua trajetória como uma grande conhecedora dos movimentos sociais, uma de suas especialidades como antropóloga. Não só porque suas aulas eram uma delícia de aquisição de conhecimento, já que ela era aberta às temáticas sociais e políticas mais modernas do comecinho dos anos 80. Não só porque ela possuía a segurança necessária em nos transmitir conceitos tão novos até mesmo para uma renomada faculdade como a FFCLH. Fico triste, porque Ruth Vilaça Correia Leite Cardoso, nascida em Araraquara, interior de São Paulo, deixa um vazio intelectual num país que precisava de, pelo menos, outras 100 Ruths para poder ter futuro, poder fazer um planejamento consistente e a longo prazo, capaz de realizar as transformações sociais que nos possibilitem sonhar com uma nação de gente, não um aglomerado de pessoas soltas e entregues à sua própria sorte. Com a morte da Ruth, o país perde um tipo de detentor do saber que só se contrói muito raramente. Perde a chance de dialogar, de ter bom senso, de se orgulhar de uma mulher que foge ao estereótipo atual tão humilhante para o gênero. Perde a delicadeza. Perde quem fundou uma capítulo à parte, em nossa história recente, de luta sem estardalhaço, do fazer sem aparecer. Perde a classe. Perde a postura. Perde uma de suas mais brilhantes intelectuais. Perde o Brasil, perdemos todos nós.
Foto do site http://paginas.terra.com.br/educacao/projetovip/0920.htm
19 de junho de 2008
D. João VI, rei de Portugal, inventor do Brasil
12 de junho de 2008
7 de junho de 2008
Jacareí e seu patrimônio histórico
Com a descoberta de ouro de aluvião, o trânsito de pessoas, animais e gêneros entre o litoral e a região intensificou-se. Segundo o historiador Capistrano de Abreu, ao final do século XVII, em torno da atual cidade de São Paulo, existia uma área que prosperava com um considerável número de vilas, entre elas Mogi das Cruzes, Taubaté e Guaratinguetá. É dessa época que é registrado o início do povoamento de Jacareí com o nome de Villa Nossa Senhora da Conceição da Parahyba, pela iniciativa de Antônio Afonso e seus três filhos, mas há estudos recentes que mostram que a fundação de Jacareí foi feita por um grupo de moradores, liderados por Diogo Fontes. A Carta Régia, de 27 de outubro de 1700, que criou a Comarca de São Paulo, alterou o nome para Villa da Parahyba. Elevada à Vila em 1653, Jacareí tornou-se cidade em 03 de abril de 1849. Foi com o ciclo do café no Vale do Paraíba que a cidade conheceu o desenvolvimento, deixando de ser somente um local de parada e de abastecimento de mercadorias para os que aqui passavam rumo à corrida do ouro em Minas Gerais. Acredita-se que o núcleo do povoamento foi a área ao redor da Capela do Avareí, sendo seguido para as proximidades do Largo da Matriz, que foi urbanizado na década de 30 do século passado. É aí que se realiza anualmente a festa da padroeira da cidade, Nossa Senhora Imaculada Conceição.
Merece destaque especial o prédio do Solar Gomes de Leitão, construído em 1857, já que foi ali que aprendi a ler e a escrever, em 1970, quando funcionava a Escola Estadual de Primeiro Grau Coronel Carlos Porto. Com características arquitetônicas ecléticas, o casarão de taipa de pilão concilia elementos dos estilos neoclássico e colonial. Tombado em 1980 pelo CONDEPHAAT, seu processo de recuperação durou mais de dez anos. A edificação, atualmente denominada Museu de Antropologia do Vale do Paraíba (MAV), reviveu suas noites de glória, em 1992, quando foi reaberta ao público, com a encenação da chegada de seu primeiro proprietário, o bem sucedido fazendeiro de café e um dos principais acionistas na construção da Estrada de Ferro São Paulo - Rio, João da Costa Gomes de Leitão. Recomendo uma visita ao site http://www.anpf.com.br/histnostrilhos/historianostrilhos14_janeiro2004.htm que nos conta a importância desse personagem para a história da ferrovia brasileira. Uma outra curiosidade encontrada na pesquisa que fiz pela internet é que, em uma das várias reformas realizadas no período em que o MAV serviu de grupo escolar, temos a figura do engenheiro e escritor Euclides da Cunha como responsável pela supervisão das obras. Sob a administração da Fundação Cultural de Jacarehy, o atual acervo do museu conta com peças de cerâmica figurativa, imagens paulistinhas, quadros de pintores primitivos, presépios, esculturas e bonecos.
É parte dessa história de Jacareí que você pode ver resumida no clip realizado pela Cristina Brum, com as fotos de autoria do Laerte Pupo, um retratista incansável do cotidiano da nossa cidade.
5 de junho de 2008
A Sucessora
Foi entre 1978 e 1979 que a TV Globo levou ao ar a novela A Sucessora. Baseada no livro homônimo de Carolina Nabuco, a história trata de uma jovem que se apaixona por um viúvo e se sente ameaçada com a figura da primeira esposa que, envolta num clima de mistério, parece desaprovar a nova união de seu amado. O papel da governanta como guardiã da memória da falecida é peça-chave para que o passado e o presente se fundam, aumentando ainda mais a trama do enredo. Ao ler esse breve relato, você deve estar se perguntando de onde conhece essa história, certo? Pois bem, é aí que se descobre mais uma dessas ironias do destino. O tema abordado em A Sucessora ficou mundialmente conhecido após a publicação do livro Rebecca da inglesa Daphne du Maurier. Carolina Nabuco teve seu livro publicado em 1934 e Rebecca foi lançado em 1938. Além da ordem cronológica favorecer a autora brasileira, o fato de a mesma ter enviado seu original para editores ingleses também vem se juntar à hipótese mais crível de que houve plágio por parte de Daphne, que teria lido o original de A Sucessora antes de estrear seu romance. Infelizmente, foi a obra de Dauphne que ganhou, em 1940, sua célebre versão para o cinema, sob a direção de Alfred Hitchcock: Rebecca, a mulher inesquecível. Carolina Nabuco teve de se contentar com a novela da Rede Globo, adaptada por Manoel Carlos. As duas autoras já faleceram e, assim, o enigma de quem copiou quem permanecerá indecifrável para as próximas gerações de leitores. E a cada página de cada um dos livros, seja o da brasileira, seja o da inglesa, estaremos sempre com aquele gostinho de que a vida real também pode produzir excelentes histórias. Abaixo, confira a graciosa abertura da novela de Carolina Nabuco que obtive no YouTube.
4 de junho de 2008
Aniversário da Cristina
Fazer anos é sempre sinônimo de comemoração. Fazer 60 anos é tempo de reunir família e amigos para festejar com muita alegria. E assim foi o aniversário da Cristina, nossa querida amiga, no último dia 1, em Ribeirão Preto. Não pudemos ir, mas acompanhamos os preparativos e, do lado de cá, mandamos nosso carinho e nossos votos de muitas felicidades. Para que mais pessoas possam ver como foi a reunião, segue o link com o comovente filme produzido em segredo pela Isabel e entregue como presente-surpresa no sábado.