Por mais que eu tente escrever um poema ou uma crônica, sei que não chegarei nem aos pés de um texto que acho belíssimo do Carlos Drummond de Andrade e, por isso, prefiro dividi-lo com vocês, logo mais abaixo.
Para a Myriam Pupo, Sylvia (minha adorada mamãe) e Cristina Brum (que me cedeu a foto), que, por motivos claros e outros que só falam ao coração de cada um dos seus filhos e filhas, realizam com muita desenvoltura a bela e difícil arte de SER MÃE. Que Deus as conserve por muitos, muitos e muitos anos ao nosso lado para que todos sejamos abençoadamente recompensados - maridos, filhos, netos, genros, noras e sobrinhos. Amém!
Para sempre
Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.
Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.
Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.
Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.